Organização completa 100 anos olhando para o ESG como ferramenta para crescimento
Expandir os investimentos em projetos sociais de R$ 63 milhões neste ano para R$ 75 milhões em 2024. Esse é o principal objetivo de Alvino de Souza e Silva, superintendente da Liga Solidária, uma organização da sociedade civil que está celebrando 100 anos (assista entrevista completa no fim da página ou no youtube). Com um detalhe, sempre foi presidida por mulheres. Hoje a presidente voluntária é Rosalu Ferraz Queiroz que divide com o executivo contratado a determinação de expandir a atuação da organização para mais pessoas dentro e, em breve, fora de São Paulo.
Com sede na capital paulista, em uma área de 470 mil m² chamada Educandário Dom Duarte, o atendimento social da Liga é realizado por meio de nove programas sociais divididos em três grandes eixos: Educação, Cidadania e Longevidade. Na soma de todos eles, 24 mil pessoas de todas as idades são impactadas pela Liga que tem seis unidades de creche, três unidades de contraturno escolar, quatro cursos profissionalizante (administração, cabeleireiro, beleza, gastronomia e tecnologia da informação), além de projetos de esportes, apoio à família, idosos, empreendedorismo e cultura.
Cerca de 65% do atendimento são feitos na sede principal. O restante nas unidades distribuídas por Rio Pequeno, Jardim Rosa Maria, Cidade Monções, Sumaré, Saúde, Aricanduva, Vila Maria, Real Parque e Grajaú. Todos bairros da cidade de São Paulo.
Expansão
Como parte da celebração do seu Centenário, a Liga quer crescer e prepara-se para alçar voos por todo o Brasil. A expansão geográfica se dará nos próximos meses. Por meio de uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Liga Solidária está prestes a lançar um projeto para capacitar 1,4 mil empreendedores das regiões Norte e Nordeste. O projeto é orçado em R$ 5 milhões para o período de 5 anos, sendo o custo dividido igualmente entre as duas instituições.
O modelo de atuação também será uma novidade, como afirma o superintendente da Organização, Alvino de Souza e Silva. “Queremos promover o crescimento das comunidades locais, mas não faremos o trabalho direto. Vamos escolher organizações regionais para estabelecer parcerias e financiá-las”. Ao fim do projeto, alguns empreendedores serão escolhidos para receberem o primeiro investimento, ou o capital semente.
Já em São Paulo, o plano é aumentar o impacto do ensino profissionalizante. Atualmente, os cursos de administração, beleza, gastronomia e tecnologia da informação atendem 550 jovens de 16 a 24 anos. No próximo ano, um projeto já aprovado junto à secretaria do Bem Estar Social da prefeitura de São Paulo deve aumentar a capacidade em mais 100 vagas por turno, o que elevará o impacto direto do programa a 750 pessoas por ano. “A demanda é muito reprimida, as inscrições passam de 1 mil”, disse Alvino.
FINANCIAMENTO
Para financiar os projetos, a Liga Solidária conta com uma estratégia diversificada de captação. Além de parcerias com as três esferas do poder público — federal, estadual e municipal —, a Liga também tem negócios filantrópicos como aluguel de imóveis, doações e parcerias tanto com pessoas físicas como com empresas. “O cofinanciamento é uma estratégia nossa na qual trabalhamos juntos. Mais do que uma questão financeira, é uma questão de corresponsabilidade”, afirmou o executivo. Neste modelo, as empresas parceiras entram com uma parte do recurso necessário ao projeto. A Liga, com o outro.
Outra novidade é uma frente de captação no exterior que está em curso neste exato momento. O objetivo é arrecadar fundos para a construção de espaço multiuso dentro do próprio Educandário. A construção está orçada em R$ 15 milhões e deve completar a estrutura do espaço que além dos escritórios, tem creche, aulas de contraturno, escolas profissionalizantes, refeitório, horta educativa, parque e refeitório.
GOVERNANÇA ESG
Com tantos projetos em andamento, Alvino de Souza e Silva entende que processos e metas são fundamentais para que o trabalho avance. Hoje a organização trabalha com 9 metas para as frentes de boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). E tudo é medido por meio de OKR (Objectives and Key Results).
No ambiental, a ideia é reduzir o impacto da Liga. Nove áreas de atuação foram mapeadas e o estudo de impacto está sendo finalizado para a decorrente criação de um plano de ação. Um exemplo do que se esperar é o aumento do uso de energia renovável. “Temos um projeto aprovado junto a Enel para a construção do maior parque fotovoltaico de São Paulo”, disse Alvino de Souza e Silva. Segundo o executivo, a iniciativa será capaz de compensar o consumo de energia de todas as unidades da Liga Solidária. “O ganho financeiro será R$ 80 mil por ano, por 25 anos. Esse valor será reinvestido nos projetos sociais”
No Social, o core da organização, é a própria expansão da liga neste seu 100º aniversário. E na Governança, o foco é aumentar a produtividade. “Precisamos nos preparar para essas fases de crescimento”, afirma o superintendente da organização. Para fazer isso, consultorias foram contratadas e ajudaram o time a ver pontos de otimização de recursos e crescimento de impacto.
Dessa forma, acredita Alvino, a Liga crescerá de maneira sustentável e conseguirá chegar as metas de receita de R$ 152 milhões neste ano e R$ 170 milhões no ano que vem, contra R$ 135 milhões de 2022.
Assista a entrevista completa:
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